quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Dedicado, principalmente, às seis.

Sábado foi a aula da saudade, foi lindo, chorei muito, tirei muitas fotos e etc...
Bom, mais uma vez eu pensei nesse momento, mas não só como o momento em que todos choram, se abraçam e perguntam no estilo drummoniano "E agora, José?", eu pensei no titulo desse evento "aula da saudade". Essas três palavras significam, ou podem significar, tantas coisas. Primeiramente eu não acho que deveria ser esse o nome, deveria ser "aula, dá saudade" porque, realmente, se existe algo de que eu sentirei saudade são das minhas aulas no São Bento. Não da aula em si, com o professor enchendo o quadro de informações e mandando o povo calar a boca, mas do clima da aula, das conversas laterais, do frio que bateu do meio do ano pra cá, das piadas dos professores, de Isis entrando lá na sala pra dar o mesmo recado inúmeras vezes. Disso sim, eu sentirei saudade. E também pensei no significado das três palavras envolvidas nesse título. Aula, que eu já coloquei o que significa para mim. Da - preposição formada pela "fusão" da preposição de+a. E por último, saudade. Ter saudade é ,geralmente, ligado a esquecimento e na verdade não é isso que significa. Ter saudade é um sentimento que muitas pessoas consideram ruim, associado à dor, no entanto, eu o considero magnifico. É a partir da saudade que você pode ver o quanto certas pessoas são importantes na sua vida, como elas marcaram sua história e, mais importante, como é bom ter o que lembrar, como é bom ter sido feliz, triste, ter passado tanto aperreio, ter brigado (porque a vida não é flores), ter sido rebelde, pois se isso nunca tivesse acontecido você nunca teria crescido, transformado-se. João Guimarães Rosa (mais uma vez ele) tem duas frases que eu acho lindas. "O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta daí afrouxa, sossega, depois desinquieta, o que ela quer da gente é coragem." Ela me pede isso todos os dias, e eu espero todos os dias dar um pouquinho da minha coragem à ela e à todos que precisarem dela. No entanto, existe uma mais apropriada para o momento. "Hora de ir embora quando o corpo quer ficar" de Chico, meu corpo quer ficar, minha alma quer partir, buscar horizontes mais amplos, mais tranquilos, mais meus. Eu sei que a partida será dura, ninguém me disse que seria fácil, mas eu sei que eu vou suportar, porque o que ficou é imutável e sempre que eu estiver sozinha, pensando na vida, eu vou lembrar de cada pessoa que passou pela minha vida, e de vocês eu não esqueço jamais.
:)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

João.

Hoje eu assisti a minha terceira aula sobre João Guimarães Rosa, sem dúvidas, a melhor. A primeira foi a de Eliene, na qual eu já conhecia a obra (uma parte) de João e por isso (pelo menos eu acho que foi por isso) eu não gostei muito, pra mim ela não teve a emoção que deveria ter ao dar João Guimarães Rosa, mas isso pode ser um gosto pessoal dela, então eu não posso critica-la. Aliás, isso não é uma critica, é apenas uma observação, e uma reflexão necessária para que se entenda o contesto em que eu chegarei.
A segunda aula foi a de Renatinha, nesse domingo que passou. Essa foi melhor, porque Renatinha gosta de Guimarães, e isso é notório em sua aula. Ela fala dele com amor, com admiração e, pra mim, isso é muito importante, pois além de eu gostar muito de Guimarães, é mais fácil entende-lo quando uma pessoa que, realmente, gosta de sua obra o descreve.
A terceira aula foi a aula de Flávia, hoje. Caramba, se Renatinha gosta
de Rosa, Flávia ama. De fato, essa aula valeu por todas do ano. Eu entendi toda a complexidade, intensidade, e simplisidade de Guimarães e isso me deu mais maturidade para ler Grande sertão: veredas. Além disso, eu me apaixonei ainda mais por ele e por sua obra. O cara dominava 10 linguas diferentes, e entendia mais umas 10. Era auto didata, médico, escritor, e ouvidor dos "causos" de seus pacientes. Ele poderia muito bem, com o conhecimento que ele tinha, escrever eruditamente, no entanto, ele escreve coisas tão simples, tão lindas que às vezes doem na alma (da umas alfinetadas assim, sabe?).
É por essas e outras que eu admiro tanto esse escritor. Leiam João Guimarães Rosa, ele ajuda a entender um pouco mais o país em que nós vivemos, e entender um pouco mais a alma da gente.
:)